Tecido ósseo


 É altamente rígido e resistente e suas funções estão relacionadas à sustentação e proteção de órgãos vitais do organismo. Proporciona apoio aos músculos esqueléticos, traduzindo suas contrações em movimentos, além de ser um depósito de cálcio, fosfato liberando-os no organismo de forma controlada.
Este tecido é formado por células e material extracelular calcificado, chamado de matriz óssea. Os ossos são recobertos na sua face interna (endósteo) e externa (periósteo) por uma camada de tecido que possui células osteogênicas.
As células que compõe o tecido ósseo são:
Osteócitos: Ficam localizados em cavidades na matriz óssea, chamadas de lacunas, sendo que cada uma abriga apenas um osteócito. Por entre os canalículos estas células se comunicam e trocam moléculas e íons pelas junções (junções celulares). São células de extrema importância na manutenção da matriz óssea.
Osteoblasto: Estas células produzem a parte orgânica da matriz óssea. Possuem a capacidade de armazenar fosfato de cálcio, participando na mineralização da matriz. Encontram-se dispostas lado a lado na superfície óssea e quando esta célula passa a ficar aprisionada na matriz óssea, torna-se um osteócito.
Osteoclasto: São células gigantes, móveis, muito ramificadas, contendo inúmeros núcleos, com citoplasma granuloso Os osteoclástos apresentam prolongamentos vilosos, ao redor desta área de prolongamento existe uma zona citoplasmática, chamada zona clara que é pobre em organelas, porém rica em filamentos de actina. Esta zona é um local de adesão do osteoclasto com a matriz óssea e cria um ambiente fechado, onde ocorre a reabsorção óssea.                                                       
O tecido ósseo divide-se em dois tipos:
Osso compacto: Não possui espaço medular, mas possui canais que abrigam nervos e vasos sanguíneos, Presente, quase que na totalidade da diáfise de ossos longos, na periferia de ossos curtos, nos ossos chatos formando duas camadas que recebem o nome de tábuas interna e externa.
Osso esponjoso: Apresenta amplos espaços medulares, formados por diversas trabéculas, conferindo ao osso, um aspecto poroso, abrigando a medula óssea. É encontrado na parte mais profunda da diáfise de ossos longos, no centro de ossos curtos e separando as tábuas interna e externa dos ossos chatos.

Referencias:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecido_Ósseo
Histologia Básica – Luiz C. Junqueira e José Carneiro. Editora Guanabara Koogan S.A. (10° Ed), 2004.



                                        Osteoporose
                  
                                        

 
Osteoporose significa osso poroso, ou seja, é a descalcificação progressiva dos ossos que se tornam frágeis. É uma doença na qual ocorre diminuição da massa óssea e piora da qualidade do osso, que se torna mais frágil. Quanto maior essa fragilidade, maior é o risco de uma fratura. Embora a ocorrência seja maior no sexo feminino, os homens também podem ter a doença, que se torna mais frequente com o envelhecimento. Os ossos crescem até os 20 anos. A partir daí, a densidade aumenta até os 35 anos e começa a perda de massa progressivamente - ou osteoporose. O processo é mais rápido nas mulheres, principalmente após a menopausa.

         Como se desenvolve a osteoporose

 
O remodelamento ósseo é um processo contínuo de retirada de osso para o sangue e formação de osso novo, ocupando 20 a 30% do esqueleto a cada momento. Através do remodelamento, o tecido ósseo substitui células velhas por novas (o que ocorre em todos tecidos) e o organismo pode dispor de elementos importantes que são armazenados nos ossos, como o cálcio.
  Os osteoclastos são as células responsáveis pela reabsorção durante o remodelamento.
  No início de cada ciclo de remodelamento os osteoclastos escavam o osso, formando lacunas na sua superfície e cavidades no seu interior. Após cerca de duas semanas os osteoclastos são deslocados pelos osteoblastos que em um período aproximado de três meses preenchem a área absorvida com osso novo.
  Até aproximadamente 30 anos de idade a quantidade de osso reabsorvido e reposto é igual. A partir daí, inicia-se um lento balanço negativo que vai provocar, ao final de cada ativação das unidades de remodelamento, discreta perda de massa óssea. Inicia-se, portanto, um lento processo de perda de massa óssea relacionada com a idade - osteoporose senil - no qual, ao longo de suas vidas, as mulheres perderão cerca de 35% de osso cortical (fêmur, por exemplo) e 50% de osso trabecular (vértebras), enquanto os homens perderão 2/3 desta quantidade.
  Além desta fase lenta de perda de massa óssea, as mulheres têm um período transitório de perda rápida de osso no qual a queda de estrógenos circulantes, que ocorre desde a pré-menopausa, desempenha papel importante. O período transitório de perda rápida pode se manter por 4 a 8 anos, nos quais a perda óssea chega até a 2% ao ano. O osso trabecular é metabolicamente mais ativo e mais responsivo às alterações do funcionamento do organismo o que pode explicar porque, neste tipo de osso, a perda óssea inicia-se, em ambos sexos, na terceira década e a massa total de osso declina 6 a 8% a cada 10 anos. Também a resposta à queda estrogênica é mais intensa, havendo grande aceleração do remodelamento ósseo e perda de 5 a 10% de massa óssea ao ano em 40% das mulheres - osteoporose da pós-menopausa.
  Observam-se, portanto, dois padrões distintos de alterações no funcionamento das unidades de remodelamento que levarão à osteoporose. Um é lento e dependente da idade - osteoporose senil - e relacionado com defeito na formação óssea; os osteoclastos produzem lacunas de profundidade normal ou até menores, mas os osteoblastos são incapazes de preenchê-las completamente.
  Já as modificações que ocorrem com a queda de estrógenos levam a um remodelamento onde há maior número de osteoclastos e cada um produz uma cavidade mais profunda; também há aumento da atividade dos osteoblastos que tentam corrigir o defeito mas não conseguem, caracterizando o remodelamento acelerado onde a atividade de reabsorção é maior e, no final de cada ciclo, haverá um declínio significativo de massa óssea - osteoporose da pós-menopausa.
                                          
 

 Fatores de risco
  Predispõem à osteoporose fatores que induzem a um baixo pico de massa óssea e aqueles que são responsáveis por perda excessiva ou baixa produção.
 
Genéticos
Raça branca ou asiática
História familiar
Baixa estatura
Massa muscular pouco desenvolvida

Estilo de vida
Baixa ingestão de cálcio
Sedentarismo
Exercício excessivo levando a amenorréia (ausência de menstruação)
Pouca exposição solar 
Tabagismo (*)
Alcoolismo (*)
Dieta vegetariana (*)
Alta ingestão de proteínas permanentemente (*)
Alta ingestão de cafeína permanentemente (*)
(*) Associado com os outros fatores
GinecológicosMenopausa precoce sem reposição hormonal
Primeira menstruação tardia
Retirada cirúrgica de ovários sem reposição hormonal
Ligadura das trompas (+)
Retirada cirúrgica parcial do útero (+)
(+) Risco de diminuição da função ovariana por insuficiência vascular.

  A osteoporose é uma doença que podemos prevenir. Algumas medidas podem reduzir o risco de uma pessoa desenvolver osteoporose e em uma pessoa que já tenha osteoporose, que os ossos se tornem mais fracos. E quanto mais cedo essas medidas forem tomadas mais eficaz será a prevenção.

Ingestão de cálcio

  Uma ingestão inadequada de cálcio ao longo da vida é um fator que contribui significativamente para o desenvolvimento da osteoporose. Muitas pessoas consomem menos da metade da quantidade de cálcio necessária para a saúde dos ossos e a ingestão insuficiente de cálcio está associada com a baixa massa óssea, rápida perda óssea e aumento da incidência de fraturas.
  As principais fontes de cálcio são o leite e derivados (queijo e iogurte); vegetais verde escuro (brócolis, espinafre, couve etc), amêndoas, peixes e alimentos fortificados com cálcio.
  É importante ressaltar que as necessidades de cálcio mudam ao longo da vida.   A necessidade de cálcio é maior durante a infância e adolescência, quando o esqueleto está crescendo rapidamente, e durante a gravidez e amamentação. As mulheres na pós-menopausa e homens idosos também devem consumir mais cálcio, devido a uma ingestão de quantidade inadequada de vitamina D, que é necessária para a absorção intestinal do cálcio, e da menor eficiência dos ossos em absorver o cálcio e outros nutrientes.
  As quantidades recomendadas de cálcio que devem ser consumidas por dia são: 1.000 mg de cálcio por dia para pessoas entre 31 e 50 anos, e 1.200 mg para pessoas com mais de 50 anos. Para alcançar tais quantidades, as pessoas idosas devem ingerir alimentos ricos em cálcio. Um copo de leite tem 300 mg de cálcio, um copo de iogurte tem cerca de 400 mg e uma fatia grande de queijo tem 200 mg.
  Algumas vezes, para se alcançar as quantidades recomendadas é necessário a suplementação de cálcio, que pode ser feita com carbonato de cálcio e citrato de cálcio. Entretanto, deve-se tomar o cuidado com o uso da suplementação, pois a ingestão de mais de 2.000 mg de cálcio por dia pode aumentar o risco de problemas renais.

Vitamina D

  A vitamina é importante na absorção do cálcio no intestino e na saúde dos ossos. Ela é sintetizada pela pele através da exposição à luz solar. Embora muitas pessoas sejam capazes de obter vitamina D em quantidade suficiente através da alimentação, a produção de vitamina D diminui nas pessoas idosas, nas pessoas confinadas ao interior da casa e durante o inverno, essas pessoas podem necessitar de suplementação de vitamina D para garantir a obtenção diária de 400 a 800 UI de vitamina D. Não são recomendadas doses maciças de vitamina D, mais de 2.000 UI de vitamina D por dia pode lesar o fígado e podem até diminuir a massa óssea.

Exercício físico

  Assim como os músculos, os ossos se tornam mais fortes com as atividades físicas. Os melhores exercícios para os ossos são os exercícios de sustentação do peso, que força a pessoa a trabalhar contra a gravidade. Esses exercícios incluem a caminhada, corrida, subir degraus, musculação e dança.

                                                     

Uso de medicamentos

  O uso de alguns medicamentos pode levar ao aumento da perda de massa óssea, como o uso a longo prazo de glicocorticóides; alguns medicamentos usados no tratamento de convulsões; alguns medicamentos usados no tratamento da endometriose; uso abusivo de antiácidos contendo alumínio; certos tratamentos de câncer; e excesso de hormônio da tireóide. O uso de medicamentos prescritos pelo médico, entretanto, não devem ser interrompidos por conta própria, pois isso pode trazer grandes prejuízos para a saúde. Deve ser conversado com o médico o uso de medidas para diminuir o risco de desenvolver osteoporose.
  A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) pode ser indicada por alguns médicos para a prevenção, em alguns casos, e também para o tratamento. Mas é necessário avaliar o risco de câncer de endométrio e de mama nas pacientes, pois o uso de TRH pode aumentar o risco de desenvolvimento desses cânceres.
  Existem também vários medicamentos disponíveis para a prevenção da osteoporose, como alendronato de sódio, risedronato de sódio, raloxifeno e calcitoninas. A escolha do melhor tratamento, no entanto, exige sempre o acompanhamento médico.