Carcinoma Basocelular


CARCINOMA BASOCELULAR


                        A pele é o maior órgão do corpo humano, e se divide em duas camadas de origens diferentes que se encontram firmemente aderidas uma à outra. A camada superficial é denominada epiderme, sendo constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, derivado do ectoderma. A mesma não possui vasos sanguíneos, sendo nutrida por difusão de substâncias da camada abaixo da epiderme, a derme, constituída de tecido conjuntivo, o qual é ricamente vascularizado e inervado. Abaixo da derme existe uma camada de tecido conjuntivo mais frouxo, a hipoderme, a qual contém grande quantidade variável de gordura, apesar desta camada não fazer parte da pele.
                        As principais funções da pele são:

-         Proteção (infecções, produtos químicos, irradiação ultravioleta, perda ou de absorção excessiva de água);
-         Regulação térmica;
-         Função sensorial (dor, pressão, calor, frio, tato);
-         Converte as moléculas precursoras em vitamina D;
-         Função excretora;
-         Além disso, certas substâncias hipossolúveis são absorvidas através da pele (propriedade aproveitada na administração de certos agentes hipossolúveis terapêuticos para a pele).

CAMADAS DA PELE

            Epiderme

            A epiderme é a camada localizada na parte mais externa do corpo, constituída por várias camadas de células, formando o epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Este possui quatro tipos de células com especializações diferenciadas: queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel. Exceto os queratinócitos, nas demais não há a presença de queratina. As células de Merkel, situadas sobre a camada basal (camada que está entre a epiderme e a derme), são receptores sensoriais.
            Os queratinócitos estão em maior quantidade, sendo os responsáveis por acumular uma proteína impermeável e insolúvel, a queratina, encontrada em grande parte em áreas que possuem maior atrito, sendo esta uma de suas funções. A queratina também é importante na formação dos pêlos e evita a perda excessiva de fluidos corporais vitais.
            As células superficiais mortas são constantemente renovadas por células mais profundas. Indo da camada mais interna para a mais externa, existem zonas (estratos ou camadas) classificadas em: estrato basal (germinativo), estrato espinhoso, estrato granuloso e estrato córneo. Este último (estrato córneo) é lubrificado pelo suor e o sebo.
           
            Quanto a espessura da epiderme, a pele é classificada em espessa e fina. A pele espessa é encontrada nas palmas das mãos e plantas dos pés, enquanto a pele fina cobre as demais partes do corpo.
            Dentre as camadas da epiderme, encontra-se a camada basal, que contém os melanócitos, uma camada mucosa formada de células vivas e uma camada córnea formada por células mortas que vão se descamando. A epiderme é separada da derme subjacente por uma membrana, a membrana basal, que tem função protetora (filtro e barreira).
            As células da epiderme, já mencionadas, estão dispostas em camadas sucessivas que derivam todas as células da camada germinativa, se diferenciando na medida em que progridem em direção à superfície.
           
            Derme

            A derme é encontrada logo abaixo a epiderme, é uma camada mais espessa formada de tecido conjuntivo. A epiderme penetra na derme e origina os anexos da pele: pêlos, unhas, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. É na derme também que encontramos os músculos eretos de pêlos, fibras elásticas, fibras colágenas, vasos sanguíneos e nervos.
            A pele é um órgão muito importante para a existência da vida humana, sem ela os seres vivos estariam sujeitos a vários efeitos nocivos a saúde.
            Existem muitos danos que podem ser provocados à pele, uns pela exposição indevida ao sol e outras pela exposição a produtos químicos.

AÇÃO DO SOL SOBRE A PELE

            Nas pessoas de pele escura a melanina é mais ativa, e quanto maior a produção de melanina melhor a proteção. Por esse motivo a pele clara é mais vulnerável aos efeitos nocivos dos raios solares (queimaduras, câncer de pele, etc). A quantidade de partículas de melanina e sua localização na espessura cutânea explicam o fato de certos indivíduos reagirem melhor aos raios solares que outros.
            Segundo a classificação de Fitzpatrick e Pathak (1988), que leva em consideração a capacidade de bronzear ou de queimar, nos indivíduos entre si, a sensibilidade é diferente, quando da ação dos raios ultravioletas. Denomina-se fotótipo do indivíduo, a caracterização da pele quanto sua coloração e reação à exposição solar. O fotótipo é definido geneticamente, onde os melanócitos são mais ativos ou não e que podem produzir um tipo predominante de melanina, como explicado anteriormente.
            É importante saber o fotótipo da pessoa para poder escolher uma proteção eficaz. A pigmentação da pele, cor dos olhos, dos cabelos, a quantidade de pintas e a capacidade de adquirir um bronzeado protetor são características que definem os fotótipos, relacionados a isto também, a capacidade de suportar os raios solares.
            O número de melanócitos é aproximadamente o mesmo nas pessoas de raça negra e nas de raça branca. Sob efeito dos ultravioletas, os melanócitos produzem a melanina, pigmento que é responsável pela tonalidade escura da pele, ao contrário das células de Langerhans, que diminuem de número após uma agressão desse tipo; esta característica é, possivelmente, um fator que contribui para a carcinogênese. A idade e a quantidade de melanócitos são inversamente proporcionais. Quanto maior a idade do individuo, menor a quantidade de melanócitos.
            Veja a seguir no quadro abaixo, os efeitos do sol sobre a pele conforme o fotótipo de cada indivíduo.

Fotótipo
Ação do sol sobre a pele
Características
VI
Nunca se queimam, pele pigmentada
Negros
V
Se queimam raramente, sempre são bronzeados
Árabes, Mediterrâneos, Mestiços, Asiáticos
IV
Se queimam pouco, sempre bronzeiam bem
Latinos
III
Se queimam moderadamente, bronzeiam progressivamente
Morenos
II
Se queimam facilmente, bronzeiam um pouco
Loiros
I
Se queimam facilmente, não bronzeiam, ficam vermelhos
Ruivos
0
Não podem tomar sol, não bronzeiam
Albinos



 CARCINOMA BASOCELULAR

O carcinoma basocelular (basalioma ou epitelioma basocelular) é um tumor maligno da pele. É o câncer da pele mais frequente, representando cerca de 70% de todos os tipos. Sua ocorrência é mais comum após os 40 anos de idade, nas pessoas de pele clara e seu surgimento tem relação direta com a exposição acumulativa da pele à radiação solar durante a vida. A proteção solar é a melhor forma de prevenir o seu surgimento.
Por ser um tumor de crescimento muito lento e que não dá metástases (não envia células para outros órgãos), é o de melhor prognóstico entre os cânceres da pele. No entanto, pode apresentar característica invasiva e, com o seu crescimento, destruir os tecidos que o rodeiam atingindo até a cartilagem e os ossos. 
O carcinoma basocelular pode ser dividido em 3 subtipos diferentes, de acordo com seu aspecto clínico:
            O carcinoma basocelular nodular, encontrado freqüentemente na face, se apresenta como um pequeno sinal translúcido, com bordas arredondadas. Pode ser pigmentado (acastanhado) ou podem haver pequenos vasos sanguíneos em sua superfície. Ele pode tornar-se uma ferida, ou sangrar espontaneamente, e até aparentemente cicatrizar. Muitas vezes o paciente relata ciclos repetidos de cicatrização.




            O carcinoma basocelular superficial surge em geral como múltiplas lesões, mais freqüentemente na região superior do tronco ou ombros. As lesões possuem o aspecto de placas de crescimento lento, róseas ou avermelhadas, e levemente descamativas. Elas sangram facilmente. 


            O carcinoma basocelular esclerosante, é o mais difícil de diagnosticar, e é o que possui mais chance de recorrer após uma cirurgia adequada. Ele possui o aspecto de uma cicatriz espessada, cor-da-pele, levemente esbranquiçada. 

TRATAMENTO 


- Após a realizacão da biópsia e confirmacão do diagnóstico, o tumor deve ser removido através de uma cirurgia. A cirurgia sempre deixa uma cicatriz, porém esta vai variar muito de acordo com o tamanho da lesão.
- A criocirurgia, que consiste no congelamento do tumor com nitogênio líquido é uma opção interessante de tratamento, sobretudo para pacientes muito idosos, ou que não desejem realizar uma cirurgia.
- A radioterapia é um tratamento reservado para lesões muito grandes que já não podem mais ser retiradas através de uma cirurgia convencional. Isto é raro, mas pode acontecer, sobretudo na face, onde o basocelular tende a surgir próximo à órbita.
- Imunomoduladores.
Qualquer que seja o tratamento escolhido o carcinoma basocelular pode quase sempre ser curado. 


COMO SE PREVINIR


A melhor maneira de prevenir esta lesão é evitar a exposição solar em períodos perigosos (das 10 as 16h). Bem como realizar uma proteção com uso de soluções protetoras solares e uso de dispositivos como chapéu, guarda-sol, óculos escuros.  




Referências:

http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?792
http://www.dermatologia.net/novo/base/doencas/baso.shtm
http://www.derme.org/boletins/carcinoma.html